quarta-feira, 27 de abril de 2011

Contratos novos de aluguel sobem 15,3% em um ano em São Paulo

Os contratos novos de locação residencial assinados em março na capital paulista tiveram aumento médio de 2,1% em relação aos valores negociados no mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o acréscimo chega a 15,25%, segundo os dados do Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo divulgados nesta quarta-feira.

"Há uma carência generalizada de imóveis para alugar na cidade e isso reflete diretamente nos preços", afirma Francisco Crestana, vice-presidente da entidade.

Os contratos de aluguel em andamento, com reajuste indexado ao IGP-M, terão elevação de 10,95% em abril, percentual acumulado do indicador nos últimos 12 meses terminados em março. "Isso significa que o locatário que já está em um imóvel faz melhor negócio permanecendo lá do que saindo à procura de uma nova moradia", completa.

A alta mensal nos contratos novos foi puxada pelos imóveis de dois dormitórios (2,7%) e de três quartos (3,6%).

O tipo de garantia mais usado no período foi o fiador (51%), seguido do depósito referente a três meses de aluguel, com 29% de participação no total.

A pesquisa mostrou ainda que casas e sobrados levaram de 12 a 29 dias, em média, para serem alugados. Já os apartamentos, de 18 a 38 dias.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Minha Casa exclui mais pobres em SP


O programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida completou dois anos sem entregar nenhum imóvel às famílias da cidade de São Paulo que recebem até três salários mínimos (R$ 1.395).

A Caixa Econômica Federal informou, em nota, que "o principal entrave é o custo dos terrenos em São Paulo, que é maior do que nas demais cidades do país".

O alto custo de produção, como preço do terreno e infraestrutura de água e esgoto, não cabe, segundo a iniciativa privada, no teto de R$ 52 mil definido pelo governo para os imóveis destinados à baixa renda.

Isso inviabilizou o sucesso do programa na cidade, diz José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil). "Você há de convir que alguma coisa em São Paulo de R$ 52 mil é obra de ficção", afirma.

Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil em São Paulo), diz que existiam 400 mil unidades a serem distribuídas no Brasil para a faixa de até três salários. A cidade de São Paulo teria 70 mil.

"Tinha o potencial, mas só foram viabilizadas 3.000 habitações. Assim mesmo, só com subsídio e doação de terreno pelo município", diz.

Estão previstos para a capital 23 empreendimentos, com 3.596 habitações, orçados em R$ 186,1 milhões. As obras de 21 deles estão em andamento, com entrega prevista para a partir do segundo semestre de 2011, informa a Caixa.

Watanabe e Martins concordam que a viabilidade econômica do programa passa pelo aumento do valor-limite de R$ 52 mil para cada imóvel, aliado a incentivos públicos, como doação de terreno e infraestrutura.

FRUSTRAÇÃO

A espera tornou-se frustração para a dona de casa Madalena Yakabe, 41, que mora com o marido, cinco filhos e uma sobrinha em um imóvel do sogro, em Sacomã, zona sul de São Paulo.

Há oito anos ela tenta conquistar o próprio lar, e a esperança tinha sido renovada com o lançamento do Minha Casa. "A Caixa está fazendo prédios, mas não é para a baixa renda. É para quem tem condição melhor."

A Caixa informa que o Minha Casa, Minha Vida já entregou 16.693 imóveis na capital, dos quais 7.764 imóveis para a faixa que compreende entre 3 e 6 salários, e 8.929 para a de 6 a 10 salários.

A Cohab-SP (Companhia de Habitação de São Paulo), responsável pela seleção dos beneficiários dos empreendimentos, diz que já assinou 16 contratos entre prefeitura e Caixa para a construção de habitações em terrenos doados pelo município.

O Minha Casa, Minha Vida já financiou 1.005.128 habitações em todo o país, somando investimento de R$ 53,1 bilhões, segundo a Caixa.