quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Índice que reajusta aluguel sobe 7,77% em 12 meses, aponta FGV

A inflação mensurada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços -- Mercado), usado como referência na maioria dos contratos de aluguel, subiu 1,15% em setembro, na comparação com agosto cujo o índice teve alta de 0,77%, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

No ano, a variação foi de 7,89%, enquanto nos últimos 12 meses foi de 7,77%. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.


O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) apresentou variação de 1,60%. No mês anterior, a taxa foi de 1,24%. O índice relativo aos bens finais variou 1,14%, em setembro. Em agosto, este grupo de produtos mostrou recuo de 0,15%. Contribuiu para a aceleração o subgrupo alimentos processados, cuja taxa de variação passou de 1,32% para 3,99%. Excluindo-se os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice de bens finais (ex) teve alta de 1,29%. Em agosto, a taxa foi de 0,40%.

O índice referente ao grupo bens intermediários variou 0,29%. Em agosto, a taxa foi de 0,33%. O subgrupo materiais e componentes para a manufatura registrou decréscimo em sua taxa de variação, que passou de 0,48% para 0,26%, sendo o principal responsável pela desaceleração do grupo. O índice de bens intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,34%, ante 0,41%, em agosto.

No estágio inicial da produção, o índice de matérias-primas brutas variou 4,08%, em setembro. No mês anterior, o índice registrou variação de 4,44%. Os itens minério de ferro (15,08% para 0,28%), soja (em grão) (10,55% para 3,07%) e café (em grão) (1,23% para 0,73%) foram os principais responsáveis pela desaceleração do grupo. Ao mesmo tempo, registraram-se acelerações em itens como: milho (em grão) (2,18% para 15,99%), algodão (em caroço) (0,44% para 30,97%) e aves (0,17% para 7,76%).

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,34%, em setembro. No mês anterior, a variação negativa de 0,27%. Quatro dos sete grupos componentes do índice apresentaram acréscimos em suas taxas de variação, com destaque para alimentação (-1,28% para 0,56%). Nesta classe de despesa, vale mencionar os itens: hortaliças e legumes (-9,59% para -4,07%), frutas (-3,31% para 1,33%) e carnes bovinas (1,64% para 3,94%).

Também apresentaram avanços em suas taxas os grupos: vestuário (-0,90% para 0,72%), saúde e cuidados pessoais (0,21% para 0,39%) e educação, leitura e recreação (0,02% para 0,17%). Nestas classes de despesa, as maiores contribuições partiram dos itens: roupas (-1,43% para 0,79%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,04% para 0,31%) e passagem aérea (-3,09% para 1,15%), respectivamente.

Em contrapartida, apresentaram decréscimos em suas taxas de variação os grupos: despesas diversas (0,52% para 0,14%), transportes (0,22% para 0,11%) e habitação (0,23% para 0,22%). Nestas classes de despesa, os destaques foram os itens: cigarro (0,90% para 0,00%), álcool combustível (5,35% para 0,60%) e tarifa de eletricidade residencial (0,20% para -0,21%), respectivamente.

O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou variação de 0,20%, abaixo do resultado do mês de agosto, de 0,22%. Dois dos três grupos componentes apresentaram decréscimos em suas taxas de variação: serviços (0,60% para 0,32%) e mão de obra (0,06% para 0,04%). O grupo materiais e equipamentos apresentou variação de 0,36%. No mês anterior, a taxa foi de 0,32%.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Manifestação em SP começou após reunião com Habitação; secretaria condena protesto


A manifestação que bloqueou a marginal Pinheiros no fim da tarde desta segunda-feira teve início após reunião entre moradores da favela Real Parque (zona oeste de São Paulo) e a Secretaria Municipal de Habitação. Em nota, a prefeitura diz condenar "veementemente" o que chamou de "ação de um pequeno grupo de radicais".


Na reunião, técnicos da Prefeitura de São Paulo afirmaram que seria pago auxílio aluguel no valor de R$ 400 por mês durante quatro meses. Os profissionais também disseram que a maioria dos moradores receberia um ofício, chamado compromisso habitacional, pelo qual a família tem a garantia de ser atendida "em moradia definitiva no futuro".

A revolta dos moradores se deu porque a prefeitura informou que apenas as vítimas que constarem do cadastro original de 1.131 famílias da favela, feito em 2008, terão direito ao documento. As famílias que foram atendidas após o incêndio de sexta-feira (24), mas não comprovarem residência no local --com o nome no cadastro-- serão analisadas posteriormente e não receberão o compromisso habitacional.

Segundo a prefeitura, "uma pequena parcela" dos moradores não aceitou a decisão. "A Secretaria Municipal de Habitação não pode admitir que ninguém fure a fila de atendimento", informou a nota.

Ainda de acordo com o texto divulgado pela secretaria, foi explicado também que o auxílio aluguel seria estendido até que as moradias do programa de urbanização do Real Parque, que prevê a construção de 1.200 unidades habitacionais, fosse concluído.

A Secretaria de Habitação diz que atuou nos últimos seis meses na formação do conselho gestor do Real Parque para garantir a participação da população local nas decisões do programa de urbanização. O contrato para a construção dos 1.200 apartamentos deve ser assinado nos próximos dias, segundo a prefeitura. A previsão é que a obra dure 18 meses e terá recursos garantidos pela Operação Urbana Faria Lima.

No incêndio de sexta-feira, o fogo consumiu de 2.500 a 3.000 metros quadrados. Aproximadamente 340 casas teriam sido atingidas, segundo levantamento prévio da Subprefeitura do Butantã (zona oeste de SP).

A Folha tenta localizar os moradores que participaram da manifestação, mas até o momento ninguém quis comentar o assunto.

PROTESTO

A manifestação teve início por volta das 17h50. Moradores da favela Real Parque montaram --no fim da tarde de hoje-- barricadas com fogo e interditaram as pistas expressa e local da via.

Um ônibus da empresa Consórcio 7 foi abordado por cerca de 50 pessoas que exigiram que o motorista manobrasse e fechasse a marginal Pinheiros com o veículo. Eles atiraram um butijão de gás contra o para-brisa do ônibus.

De acordo com o motorista, que se identificou apenas como Marcos, os manifestantes exigiram que todos os passageiros saíssem do ônibus. Em seguida, colocaram fogo em madeira, pneus e móveis velhos.

O motorista afirmou que o grupo não estava armado, mas que carregava pedaços de pau e tijolos, além do butijão. "Eles gritavam que queriam suas casas de volta", disse.

A PM usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Motos e carros da força tática da PM, além de equipes do Corpo de Bombeiros foram para o local. Segundo informações da PM, o policiamento foi reforçado na região porque pessoas poderiam se aproveitar da manifestação para assaltar motoristas.

A lentidão na marginal atingiu 8 km devido à interdição. Às 20h20 as pistas expressa e local e o acesso à ponte Octávio Frias de Oliveira (ponte Estaiada) foram liberadas.

Por volta das 21h50, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não registrava mais lentidão na via.

A Polícia Militar informou às 22h10 que continua no local do protesto, mas não soube informar se há feridos e presos.

Após 8 incêndios em favelas, Prefeitura de SP cria câmara para prevenção e combate


A Prefeitura de São Paulo editou um decreto que cria a Câmara Executiva de Prevenção e Combate a Incêndios. A medida foi tomada após oito incêndios, nos últimos cinco meses, atingirem favelas da cidade.

O último incêndio registrado na cidade aconteceu na sexta-feira (24), mesmo dia da edição do decreto. O fogo na favela Real Parque, zona sul, começou por volta das 10h. Duas pessoas ficaram feridas e cerca de 340 casas ficaram destruídas. Nesta segunda-feira, moradores da Real Parque fizeram uma manifestação por conta do incidente.

Fogo em favela de SP atingiu área de quase 3.000m² e cerca de 340 casas
Após incêndio, moradores não têm para onde ir

Na exposição de motivos, o decreto cita a repetição de ocorrências com fogo nos "assentamentos precários" da cidade, que traz risco para a vida e os bens das pessoas "em situação de vulnerabilidade".

De acordo com o texto do decreto, a câmara tem o objetivo de estabelecer e desenvolver procedimentos que tragam agilidade e eficácia no combate e prevenção dos incêndios.

A câmara, que integra a Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, será formada por representantes de várias secretarias municipais, como a de obras e habitação, e por representantes da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo).

Segundo o decreto, a Câmara Executiva de Prevenção e Combate a Incêndios tem um prazo de 60 dias para apresentar suas primeiras propostas.

Após incêndio, moradores do Real Parque não têm para onde ir

Moradores que perderam tudo o que tinham no incêndio que atingiu a favela Real Parque, na região do Morumbi (zona oeste de São Paulo) nesta sexta-feira, dizem que não ter para onde ir. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo começou na rua Conde de Itaguaí às 10h.

Aproximadamente 340 casas teriam sido atingidas, segundo levantamento prévio da subprefeitura do Butantã.

► http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/apos-incendio-moradores-do-real-parque-nao-tem-para-onde-ir-0402183366CC9973C6?types=A&

Fogo em favela de SP atingiu área de quase 3.000m² e cerca de 340 casas


O fogo que atingiu a favela Real Parque, na região do Morumbi (zona oeste de São Paulo), na manhã desta sexta-feira, consumiu de 2.500 a 3.000 m2, segundo estimativas do Corpo de Bombeiros.


Aproximadamente 340 casas teriam sido atingidas, segundo levantamento prévio da subprefeitura do Butantã. O fogo começou por volta das 10h e foi controlado por volta de 13h. Às 14h30, os bombeiros ainda combatiam pequenos focos de incêndio.
Alessandro Shinoda/Folhapress
Incêndio atinge na favela Real Parque, na região do Morumbi, zona oeste de São Paulo
Incêndio atinge na favela Real Parque, na região do Morumbi, zona oeste de São Paulo

Um homem ficou ferido ao pular da laje de casa e foi encaminhado à Santa Casa de Santo Amaro. Ele passa bem, segundo a Defesa Civil. Uma menina de sete anos ficou desaparecida por cerca de 40 minutos, depois de fugir ao se assustar com o fogo. Ela foi encontrada em uma escola próxima à favela.

A Defesa Civil montou duas tendas para atender famílias que perderam suas moradias. Até às 14h25, 262 senhas de atendimento já tinham sido retiradas --mas integrantes de uma mesma família podem ter retirado mais de uma senha.

Uma das pessoas aguardando atendimento era Tatiana Oliveira Santana, 20 anos, que trabalha no Shopping Cidade Jardim. Ela conta que o fogo consumiu tudo que tinha. Tatiana tinha acabado de comprar a casa, que estava toda mobiliada.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010


O incêndio que atingiu a favela Tiquatira, na leste de São Paulo, foi controlado pelo Corpo de Bombeiros por volta das 23h desta terça-feira (14). Segundo os bombeiros, aproximadamente 40 barracos foram atingidos pelo fogo.

Ao todo foram enviados dez carros da corporação para controlar o fogo e equipes permanecem no local fazendo o trabalho de rescaldo.

Nos últimos dois meses, dois incêndios de grandes proporções atingiu a região. Mais de cem barracos foram destruídos.

Ainda na noite de ontem, por volta das 22h, os bombeiros controlaram o incêndio na favela de Paraisópolis, que começou às 21h, na rua Ernest Renan. Não houve vítimas. As causas do incêndio ainda não são conhecidas. Até as 22h30 equipes faziam o rescaldo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010


Funcionários da Subprefeitura de Vila Prudente, na zona leste de São Paulo, realizam a desapropriação de cerca de 100 famílias que moravam há mais de um ano debaixo do Viaduto Pacheco Chaves, nesta terça-feira

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Acidente com grua mata dois operários em condomínio de luxo em Salvador



Dois operários morreram e um ficou ferido em consequência da queda de uma grua no canteiro de construção do Condomínio Le Parc, um empreendimento de luxo que está sendo erguido na avenida Luís Viana Filho, a mais movimentada de Salvador. O acidente ocorreu às 10h desta quarta-feira (8), quando Leandro Marques e Roberto Robson desmontavam o equipamento que atinge alturas elevadas e pode transportar muitas toneladas.

Com a queda da grua, os dois operários foram arremessados ao chão e morreram na hora. De acordo com Erisvaldo Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção da Bahia, Leandro e Roberto estavam trabalhando em um prédio de 16 andares. A outra vítima, que passava pelo local, foi atingida por uma parte do equipamento. O operário, cujo nome não foi divulgado, foi transportado para o HGE (Hospital Geral do Estado), mas não corre risco de morte. Pereira disse que ele deu entrada no hospital com uma das pernas quebradas.

Após as mortes dos dois operários, as atividades na obra foram interrompidas. Erisvaldo Pereira disse que nesta quinta-feira (9), a partir das 5h30, sindicalistas e trabalhadores vão fazer uma manifestação em frente ao condomínio para cobrar dos responsáveis pela obra mais segurança. No ano passado, o operário Genildo dos Santos, 28, também morreu no local, após cair de uma laje.

O Le Parc, que deve ser entregue em abril do ano que vem, está sendo construído em uma área de 100 mil metros quadrados (18 torres), com uma infraestrutura que conta com cerca de 80 itens de lazer. A área dos apartamentos varia de 142 a 243 metros quadrados. Em nota, através de sua assessoria de imprensa, a Cyrella Andrade Mendonça, responsável pelo empreendimento, informou que lamenta o acidente, mas acrescentou que os funcionários mortos eram contratados pela Tecnotrav, empresa terceirizada na obra.

De acordo com a nota, a Tecnotrav é especializada em montagem e desmontagem de gruas e foi contratada para atuar no empreendimento, “sendo responsável, ainda, pela segurança dos operários que operam seus equipamentos”. O gerente da empresa, Abelardo Tavares, disse que, no primeiro momento, está dando todo o apoio aos familiares das vítimas. “Depois é que vamos pensar nas outras coisas. Agora, é hora da solidariedade e da assistência.”