Argentinos contrários à ocupação de terras por estrangeiros voltaram a provocar distúrbios nesta segunda-feira na periferia da capital Buenos Aires, em um confronto que já dura quase uma semana e deixou quatro mortos.
Jovens com rostos cobertos jogaram paus e pedras contra os ocupantes das terras, na localidade de Vila Lugano, formado principalmente por bolivianos, mas também por argentinos locais, segundo as emissoras de televisão locais, como a TN (Todo Noticias).
Os sem-terra que estavam em um dos terrenos reagiram, devolvendo pedradas. "É uma batalha campal", definiu uma testemunha na TV.
O terreno pertence a um time de futebol - Clube de Lugano - e foi um dos três locais ocupados, que incluiu também um frigorífico abandonado. Cerca de 5 mil pessoas vivem nessas áreas.
A tensão começou há cerca de uma semana quando os primeiros confrontos entre moradores das redondezas teriam reagido contra a ocupação do Parque Indoamericano, no bairro de Villa Soldati, na zona sul da capital argentina.
"Confirmamos a morte de uma terceira pessoa boliviana nos distúrbios que ocorreram na Vila Soldati", disse o presidente da Associação Civil Federativa Boliviana, Alfredo Amoraga à uma rádio local.
Autoridades da área de segurança já tinham confirmado três mortes (dois bolivianos e um paraguaio), além de outros internados em estado grave, na semana passada.
"Apoio"
Moradores disseram ao vivo à rede de TV, na noite desta segunda, que estavam saindo de suas casas, em outros bairros, para "apoiar os argentinos que são contra a invasão de estrangeiros".
O padre Franco Punturo, da Villa 20, comunidade carente próximo aos locais onde ocorreram os distúrbios, disse que imigrantes dos países vizinhos como bolivianos, paraguaios e peruanos, chegam em Buenos Aires esperando o "eldorado" mas acabam trabalhando em condições precárias e por isso, disse, estariam entre os "sem teto".
Num pronunciamento, o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, pediu "diálogo" com o governo central, responsável pela segurança nos terrenos federais.
Por sua vez, o ministro chefe da Casa Civil, Aníbal Fernández, afirmou que "interesses políticos" estariam "por trás" dos distúrbios.
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