quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Índice que reajusta aluguel tem alta de 11,32% no ano



A inflação mensurada pelo IGP-M (Índice Geral de Preços -- Mercado), usado como referência na maioria dos contratos de aluguel, desacelerou em dezembro ao subir 0,69%, ante a alta de 1,45% em novembro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

No ano, a variação foi de 11,32%. Trata-se da maior elevação desde 2004, quando a alta ficou em 12,41%. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) apresentou taxa de variação de 0,63%. No mês anterior, a taxa foi de 1,84%. O índice relativo aos bens finais retraiu 0,46%, em dezembro. Em novembro, este grupo de produtos mostrou variação de 1,34%. Contribuiu para a desaceleração o subgrupo alimentos processados, cuja taxa de variação passou de 5,58% para 0,63%. Excluindo-se os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice bens finais (ex) registrou variação de 0,34%. Em novembro, a taxa foi de 1,89%.

A taxa de variação do grupo bens intermediários passou de 0,76%, em novembro, para 0,83%, em dezembro. O destaque coube ao subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,92% para 1,18%.

O índice referente a matérias-primas brutas teve sua taxa de variação reduzida de 3,92% para 1,66%. Os itens que mais contribuíram para este movimento foram: bovinos (11,42% para -1,62%), soja em grão (9,72% para 2,58%) e milho em grão (9,54% para 4,41%). Em sentido oposto, destacam-se: minério de ferro (-8,13% para -2,24%), aves (0,97% para 8,02%) e mandioca aipim (0,64% para 1,86%).

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou variação de 0,92%, em dezembro, ante 0,81%, em novembro. Cinco das sete classes de despesa componentes do índice registraram acréscimos em suas taxas de variação, com destaque para habitação (0,27% para 0,43%). Nesta classe de despesa, as maiores contribuições partiram dos itens: aluguel residencial (0,49% para 1,03%) e condomínio residencial (0,11% para 1,10%).

Também apresentaram acréscimos em suas taxas de variação os grupos: saúde e cuidados pessoais (0,19% para 0,48%), educação, leitura e recreação (0,20% para 0,42%), despesas diversas (0,25% para 0,44%) e alimentação (1,91% para 1,96%). Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos preços dos itens: artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,35% para 0,58%), passagem aérea (-0,20% para 15%), cerveja (2,18% para 3,48%) e frutas (2,04% para 3,84%), respectivamente.

Em sentido oposto, apresentou decréscimo em sua taxa de variação o grupo transportes (0,72% para 0,57%) e vesturário (0,96% para 0,87%). Os itens que mais influenciaram a desaceleração destas classes de despesa foram: gasolina (1,59% para 0,61%) e calçados (1,17% para 0,33%).

O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) apresentou, em dezembro, taxa de 0,59%. Em novembro, a taxa foi de 0,36%. Dois dos três grupos componentes do índice apresentaram aceleração: materiais e equipamentos (0,07% para 0,09%) e mão de obra (0,59% para 1,08%). Já o índice relativo ao grupo de serviços passou de 0,48%, no mês anterior, para 0,25% nesta apuração.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

IPTU em São Paulo será reajustado em 5,5% em 2011

O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em São Paulo será reajustado em 5,5% no ano que vem. É um percentual menor que a inflação do período, de 5,63%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O reajuste será maior para 112 mil imóveis. São aqueles que ficaram no "teto" de aumento após a revisão da planta genérica de valores, aprovada no fim do ano passado pela gestão Gilberto Kassab (DEM), que aumentou em até 600% os valores venais dos imóveis e, por consequência, do valor do imposto.

Na época, ficou definido que o aumento máximo para imóveis residenciais seria de 30% e 45% para os comerciais. A diferença será cobrada em 2011.

Os carnês do IPTU devem começar a ser distribuídos em meados de janeiro. A primeira parcela vence em fevereiro. Quem optar por pagar o imposto à vista terá desconto de 6%.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Argentinos e imigrantes entram em confronto em Buenos Aires


Argentinos contrários à ocupação de terras por estrangeiros voltaram a provocar distúrbios nesta segunda-feira na periferia da capital Buenos Aires, em um confronto que já dura quase uma semana e deixou quatro mortos.


Jovens com rostos cobertos jogaram paus e pedras contra os ocupantes das terras, na localidade de Vila Lugano, formado principalmente por bolivianos, mas também por argentinos locais, segundo as emissoras de televisão locais, como a TN (Todo Noticias).

Os sem-terra que estavam em um dos terrenos reagiram, devolvendo pedradas. "É uma batalha campal", definiu uma testemunha na TV.

O terreno pertence a um time de futebol - Clube de Lugano - e foi um dos três locais ocupados, que incluiu também um frigorífico abandonado. Cerca de 5 mil pessoas vivem nessas áreas.

A tensão começou há cerca de uma semana quando os primeiros confrontos entre moradores das redondezas teriam reagido contra a ocupação do Parque Indoamericano, no bairro de Villa Soldati, na zona sul da capital argentina.

"Confirmamos a morte de uma terceira pessoa boliviana nos distúrbios que ocorreram na Vila Soldati", disse o presidente da Associação Civil Federativa Boliviana, Alfredo Amoraga à uma rádio local.

Autoridades da área de segurança já tinham confirmado três mortes (dois bolivianos e um paraguaio), além de outros internados em estado grave, na semana passada.

"Apoio"

Moradores disseram ao vivo à rede de TV, na noite desta segunda, que estavam saindo de suas casas, em outros bairros, para "apoiar os argentinos que são contra a invasão de estrangeiros".

O padre Franco Punturo, da Villa 20, comunidade carente próximo aos locais onde ocorreram os distúrbios, disse que imigrantes dos países vizinhos como bolivianos, paraguaios e peruanos, chegam em Buenos Aires esperando o "eldorado" mas acabam trabalhando em condições precárias e por isso, disse, estariam entre os "sem teto".

Num pronunciamento, o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, pediu "diálogo" com o governo central, responsável pela segurança nos terrenos federais.

Por sua vez, o ministro chefe da Casa Civil, Aníbal Fernández, afirmou que "interesses políticos" estariam "por trás" dos distúrbios.